domingo, 29 de agosto de 2010

histórias de amor entre princesas e ogres

Há criaturas que, de tão perfeitas que são, plantam o medo no coração do mais comum dos mortais.



Podia ser uma história de fadas, o cenário podia ser um castelo medieval e cada uma das personagens usar vestes rendilhadas de cetins e sedas, podia até ser um bairro da baixa lisboeta ou até de uma metrópole como nova iorque. Não creio que o espaço físico seja tão importante assim, nesta história é apenas como um laçarote num presente, uma cor associada a um espaço: o cinzento seria um castelo, o amarelo seria a praça do chiado e o vermelho descorado podia ser perfeitamente um bairro qualquer nova iorquino. Mas o leitor pode escolher outra cor ou outro espaço. Eu escolheria o azul e um lugar como Maliana, plantado no sopé de uma montanha e a flutuar sobre os arrozais mais verdes de Timor-Leste. As personagens serão duas apenas: um rapaz e uma rapariga. Ele estudou fora desde os seus 15 anos, mas decidiu regressar à cidade que o embalou e ela tropeçou nos olhos dele numa tarde outonal, quando decidiram que era a altura apropriada para visitar um centro de arte contemporânea que abrira para comemorar os 10 anos de um país cujo parto fora doloroso e demorado. Nessa tarde houve apenas olhares envergonhados, cada um aproveitando a distracção do outro para se admirarem mutuamente. O resto da história foi cantada pelo Paião:

"Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé. Ele lá lhe disse, a medo: "O meu nome é Pedro e o teu qual é?" Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela". Quando a noite o envolveu, ele adormeceu e sonhou com ela..." Mas o que ninguém sabe é o verdadeiro final da história. Há mil versões. O Carlos Paião decidiu inspirar-se num conto de fadas e cantou uma ode ao amor: Pedro e Cinderela viveram promessas de amor que puderam concretizar. Mas, na verdade, o final poderia ter sido outro: o desencontro ou, como alguém lhe quis chamar, o encontro acidental... cada qual se perdeu do outro, amando-se em segredo...

2 comentários:

Anónimo disse...

a veces no es la historia de cuentos quien debe guiar la vida, si no la realidad. y dejar de soñar para ver lo que un pierde.. tal vez sea una historia de un final como debiera ser.

Anónimo disse...

caríssimo,
gostava de comunicar consigo por email. O meu: angeloferreira@ua.pt
Poderia enviar-me o seu?
Parabéns pelas belíssimas fotografias.
Um abraço
Ângelo